sábado, dezembro 06, 2014

Qual o melhor dia que uma noite de Dezembro para fugir do mundo e encontrar-me a mim mesma. Ou não andasse eu na procura das crenças por de trás dos costumes, na procura sazonal de um lugar comum onde a razão e a fé tenham espaço para se escutarem mutuamente. Na procura, enfim, de um lugar que descanse a paz dos homens, onde não existem deuses ou mundos paralelos a este para onde todos nós, no fim, caminhamos.
Por mais que dissesse, sei que nada chegaria para te explicar porque arranquei as pilhas do meu relógio. E tu discutes, mais uma vez. Já faz parte.Tal como as olheiras que eu terei de manhã e a razão que tu terás a arrumar o teu saco, fingindo que nada se passou. E eu, eu digo que a culpa não é de ninguém. No fundo, o politicamente correto, pois bem sei que a culpa não morre solteira.
Só permitindo que o mundo se adie por umas horas, só pedindo espaço de manobra entre quem és e quem vieste a ser no ano em que tudo se deu. No ano que decidi colar-me ao teu solo, deixar-me criar raízes e permitir-me beber apenas daquela que seria a tua água. Até porque também tu procuras o intervalo entre a tese que a razão sugere e o Amor que o verão um dia nos trouxe.
E eu continuo a precisar de mim sozinha, porque tu não me podes entender - não quando digo e penso que a eternidade exigiu demasiado de nós os dois. E hoje, não dói com o ardor que me queimava até às pontas dos dedos, hoje dói de maneira mais calma, de maneira mais consciente sem as hormonas de mulher a lutarem entre si; hoje, meu amor, dói com mais dor.

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