4agosto2011

domingo, setembro 04, 2011



Sobreviver ao que nos tornámos hoje é a tarefa mais dura; o destino mais nobre; a sentença mais justa e-nestas situações-a vantagem da marcha-atrás não existir. Há coisas que mais ninguém sabe, ou que ninguém vê: o lançar dos dados a definir o nosso acaso, naquela noite em que (apesar dos quilómetros) os nossos ventos se cruzaram. Tenho direito a este sentido de posse, a este bocadinho de fé e cumplicio nó no estômago que faz a distância entre nós e o chão mais curtos, porque afinal é tudo uma questão de medo: se nos vamos aguentar ou não. E eu gosto do sexto sentido das nossas almas; dos olhos que nos atravessam e que num segundo, nos dizem mil coisas, sem perguntas, cem respostas.
Sim, há silêncios duros de aguentar e palavras que levam demasiado tempo a morrer. No entanto, há esta flexibilidade do mundo que nos deixa criar a nossa vida a partir do pouco, exactamente da forma como a concebemos quando não tínhamos mais nada para além do sistema de promessas guardado no fundo do bolso das calças. Para mais do calor brunido com que prendo o teu corpo ao meu, a tua alma à minha, há também esta sensação de ter uma mão cheia de ti e outra sem coisa alguma. Às vezes postulo uma divisão do tempo que nos resta para fazer o mundo andar e, quando os receios me assaltam, tu vens e dizes que não. E num estalar de dedos, tudo desaparece, deixando a cumplicidade e a nossa nudez completa entrelaçada na vontade que partilhamos para que tudo seja assim para sempre. E com a manhã a nascer na minha janela, tudo se fortalece com a calma com que encaro a falta que me fazes. Assim, vamos provar uma nova solução à equação lógica que todos previram para nós, juntos.

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6 comentários

  1. (...) o ponteiro segue assim o seu rumo, como sempre. Sem descanso; sem uma única pausa nem que por um simples segundo seja. É-nos dado para as mãos, a "dura" tarefa de fazer sobreviver «o que presentemente somos» com tudo aquilo que existe entre nós. Aquela complicação que se apodera de uma maneira mais intensa a cada dia que passa, de vivermos e termos de lidar com todas as saudades e medos ao mesmo tempo. Mas por outro lado, temos força e amor. Sonhamos e ambicionamos. A distância, de momento, deixa-nos muito a desejar. Mas distância essa, que apenas separa o nosso olhar.
    E ninguém, ninguém nos impedirá de sermos aquilo que queremos ser ou aquilo que queremos vir a viver. Estou perdido de amores por ti e desde cedo me apaixonei por pequenas grandes coisas em ti. Esse teu jeito com que me falas, essa voz sensível e amorosa que me toca por dentro e mexe comigo a cada momento que te ouço; todos aqueles momentos que esboças um sorriso perante mim, sorriso esse que sempre tanto me fascinou; esse teu cheiro que me envolve enquanto me abraças fortemente ou delicadamente; ... Há muito mais para dizer mas isto não acaba aqui. Haverá muitas outras alturas para te referir em voz baixa-ao teu ouvido-o que penso, o que acho e o que sinto. Prepara-te, porque isto é só o começo. A nossa história ainda agora começou.

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  2. acho bem patrícia ...
    adoro os textinhos ^^

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  3. É mesmo, compreendo-te perfeitamente, parece que não está nada certo.

    Obrigada querida*

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