quinta-feira, agosto 09, 2012


Hoje a minha verdade seria mentira há um tempo atrás. Estive capaz de me entregar a esta frenética loucura que atravessou um oceano inteiro só para poder pairar nos ares de Inglaterra e absurdamente me congelar a barreira hematoencefálica impedindo qualquer manifestação consciente. Há mentiras que não te assentam bem e eu aceito, aceito que nós seremos sempre o pequeno mistério que aquela noite trouxe e que mais ninguém conseguiu compreender. Apesar do que nos dizem, quem me dera que tivesses aqui. Não por mim, mas para que visses, por ti próprio, os arrepios que ainda me consegues dar. A pele de galinha tornou-se rotina, assim como falar no teu nome. Um dia de cada vez, pedi-te... mal sabia eu que as horas se iriam quadruplicar com o meu regresso e que seria cada vez menos frequente ter-te na ponta dos meus dedos. Sim, porque nenhum de nós será capaz de percorrer a palma-chama-lhe cobardia, eu aposto na cautela-
Eu tinha grandes planos para aquela terça-feira voltar a casa e sentir-me querida por ti. Olhando para trás até dá vontade de rir. Eu cheguei mesmo a acreditar que a nossa simetria poderia funcionar e que nos encaixássemos de vez no corpo um do outro. Acordo todos os dias à espera que me surpreendas, mas promete-me, por favor, que serás prespicaz o suficiente para perceberes que não sou, nem quero ser mais uma passagem tua, nem aqui, nem em qualquer outro lugar.

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1 comentários

  1. Alguma surpresa.. não fazia ideia e acho que ninguém faz. Há sempre aquela tendência que nos leva a responder "point by point", mas se o fizer, não vai ser por aqui.
    Quanto ao resto, fica descansada (tanto como o quanto deves ficar todas as noites).. Eu prometo. Prometo porque não foi à toa quando referi que eras diferente e quando referi também que representavas algo para Mim, que mais ninguém conseguiu representar.

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