apetecia-me

sábado, fevereiro 26, 2011

O meu dia estagnou por tua causa, nem sei porque me apetecia tabaco aquela hora. E enquanto soprava o fumo nauseante do cigarro, tentava contempla-lo com os teus olhos. Acho que dizia que a culpa era dele, que a culpa disto tudo e de tudo mais que mata aos poucos, é dele.
Apetecia-me falar-te de coisas fáceis e simples de explicar; de um cheirinho a canela e açúcar entornados na minha vida, e na imensidão de espaços que nos sobra ocupar. Apetecia-me falar-te de músicas fáceis de dirigir e, apetecia-me gastar uma vida inteira a prometer-te a felicidade eterna em coisas fúteis; ou a entornar canela e açúcar que me aprouvesse, sem que se esgotassem, sem que te cansasses e desaparecesses por fim. Apetecia-me saber que nos próximos vinte anos poderei ainda ser eu e, que dentro de vinte anos, estarás perto sem que seja preciso chamar por ti.
Sempre achei que tinha sido feita à medida do teu equilíbrio, mas mesmo assim, costumava ter medo de ser insuficiente para ti. Afinal, nada me pode ter diminuído, em momento algum, perante ti.

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