vamos fingir que estamos na praia. encontraste-me a caminhar na areia molhada, de sapatilhas na mão. e o reflexo do pôr-do-sol no meu cabelo, encantou-te. sentei-me perto de uma rocha, e caminhaste em direcção em mim.
- está um fim de tarde perfeito demais para veres um pôr-do-sol sozinha, não?- olhei-te nos olhos, como se te roubasse a alma, e sorri. Sentaste-te sem dizeres mais nada, e juntos olhámos na mesma direcção, apreciámos o mesmo momento, como em sintonia.
- como te chamas? e porque estás sozinha?
- também não estás sozinho?- respondi-te.
- estou. estava um fim de tarde lindo, não resisti. não me disseste o teu nome, eu sou o...
- shuuuu, não digas, não estragues o momento.- sorriste, concordaste e ficámos uns bons minutos calados, a olhar o horizonte.
- está a ficar tarde, tenho de ir.- disseste. olhei-te como se dissesse adeus, e fixei-me de novo no mar.
- ainda ficas? já é tarde.- insististe.
- fico.
- e vais-me dizer o teu nome? sinto que te devia conhecer, que há uma força maior que nos une.- nem te olhei.
- bem, vou embora.- desististe.
- adeus (...)- e disse o teu nome baixinho, para não perceberes que já ali tinhamos estado. e conheceste-me, conheci-te, partilhámos a vida um do outro. não queria repetir, para terminar desta maneira. somos bem melhor juntos assim, desconhecidos, sem compromisso. amanhã espero-te, no mesmo sítio, sem compromissos.